Prologo
Me perguntam por que continuo escrevendo... Por que continuo conversando comigo mesma e procurando a solução para o insolucionável. Desde que me encontrei como sou agora tive muitas perturbações, medos e feridas tanto no físico como na alma.
Tu escreves e acreditas que os olhos ão de entender o que tu sentis, porém, sem expectativas, sem sentimentos...
Tu embolas aos prantos uma tragédia e leêm como um "folhetim-cotidiano", como os quadrinhos do fim do jornal...
"Tu és velha e demasiada antiga para a tua idade... Esses pensamentos não condizem com tua mocidade e sim com a casca de uma senhora casada..."
Intrigante para mim... Não é isto que muitos inventam...
"Gostas de poesia, música erudita, piano, ballet, pintura, rosas... Tu nascera na época errada!" nascera na época que Deus direcionou a minha alma, simplesmente entrei na matéria e respirei. Ora! Há de mim escolher quando nascer? escolheria nunca ter nascido.
"... O que é isso? Não tem repulsa em fazer tal coisa? Libertinosa! Suja!..."
(...)
O banquete que os olhos apresentam ao coração é pecaminoso, insaciável e dolorido... E doce como o mel.
(...)
"Preocupa-te em estudar e obter muito dinheiro. Preocupa-te em dobrar teus joelhos e render orações pois é uma menina... "
Senhora minha mãe, os cientistas ainda não invetaram uma máquina ou remédio que controle essa besta quimerisada chamada coração... Me apaixono loucamente e tremo, desfaleço... Perco a noção do tempo e desejo ter meus pensamentos libertinosos finalmente com quem amo.
Poderia algo ou alguém entender o que revira na mente de uma jovem? Todos esses hormônios estão gritando.O que existe em contraste com o desespero da puberdade é complexo e queima como gotas de vela.
A mescla erótica e exótica, com mais saliva, suor nas mãos, há surdez no momento... Para quê fechar os olhos? É tudo cromo.
Aquela máquina... Aquele corpo. Minha pele está tremendo para tentar retrair algum calor, não posso precisar-me envolver no colo dele para aquecer-me. Não posso precisar chamar... Não posso aproximar-me.
À noite na cama, até pensar era pecado. Como sempre vivi a mercê de minha mãe tenho medo de pensar... Ela desvenda meus rumores, me deixa de joelhos de frente à cruz... "Ore!", sussurros... "Alto!"... "Perdoai minhas libertinagens e imoralidades, Santo Pai de Jesus"... "Mais alto!"...
Minha mãe me vigiava todo o momento, ela não queria que com a vinda dos 16 anos os impulsos viessem-me fazer algo libertinoso (Fugir com algum padre forçado ao sacramento, onanismo, homossexualismo entre outros).
Virgem e pura! Essas eram as palavras favoritas de minha mãe para me adjetivar.
Ela não imaginava o que realmente rondava a minha cabeça...